terça-feira, 4 de novembro de 2014

Convulsões e seus Marcadores

  Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica em determinadas áreas cerebrais. Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises. Outras condições – febre alta, falta de sono, menstruação e estresse – também podem facilitar a instalação de convulsões, mas não são consideradas gatilhos.
  A maioria das convulsões ocorre em epilépticos e neles são crises periódicas, crônicas e repetitivas. Há outras, eventuais, devido a fatores simples ou graves como febre, traumatismos, hipoxia cerebral, tumores, intoxicações, infecções ou infestações, medicamentos, alterações metabólicas, etc. As convulsões febris acontecem normalmente em 2 a 5% das crianças entre 3 meses e cinco anos de idade, à raiz de elevações bruscas e intensas da temperatura. Apesar de ser um quadro muito dramático essas convulsões em geral são benignas e tendem a desaparecer depois daquela idade.
  Alguns sintomas e fatos caracterizam esses episódios convulsivos, tais quais perda brusca ou muito rápida da consciência (algumas vezes essa perda é súbita; outras vezes ela é antecedida por breves sinais, chamados “auras”, que avisam sua aproximação. A recuperação da consciência se dá gradualmente, dentro de alguns minutos.); língua torna-se flácida e que pode cair para trás, impedindo a passagem do ar; completa amnésia do ocorrido, o paciente não se recorda da convulsão; atrito dos dentes, com possibilidade de quebra dos mesmos. Possibilidade de mordedura e até seccionamento da língua em virtude de potentes contrações dos maxilares; Dor de cabeça e sensação de fadiga ao despertar; emissão de um grito agudo no momento do desmaio, resultante da eliminação do ar retido nos pulmões; Eliminação involuntária de urina; Incapacidade de deglutir saliva, com acumulação da mesma na boca e eliminação dela sob a forma de “baba”. Se houver ferimento da língua, a saliva eliminada pode estar sanguinolenta, entre outros. 
  Ocorre, porém, que 20-30% dos pacientes em que se diagnostica uma crise convulsiva tem o diagnóstico errôneo.  O diagnóstico de uma convulsão pode ser feito, além de através da observação dos sintomas, a partir da medida de marcadores temporais da convulsão. Na postagem de hoje, os marcadores abordados serão a enzima CPK e da enzima prolactina. 
  A CPK ou creatinoquinase é encontrada em altas concentrações nos músculos cardíaco, esquéletico e no cérebro. Os valores de CPTK se elevam em presença de lesões musculares como infarto do miocárdio, doença muscular (miopatias, polimiosite), politraumatismo, exercício físico intenso, convulsões, hipotireoidismo. Os valores de referência são 10 a 170 nas mulheres e 10 a 195 nos homens. Para a medição dessa enzima, necessita-se um jejum de 4 horas. Pessoas com maior massa muscular ou que praticam exercícios físicos pesados por longos períodos possuem níveis maiores de CPK do que aquelas que não têm esse hábito. Afro-americanos podem ter níveis de CPK mais elevados do que as demais etnias. Dano muscular por uma lesão também pode causar um nível elevado de CPK, assim como vários remédios, incluindo as estatinas utilizadas para tratar colesterolemia. Uma gestação na fase inicial pode implicar um nível menor de CPK.
  Já a prolactina é um hormônio secretado pela adenoipófise e tem como principal função estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas. O aumento de produção da prolactina provoca a hiperprolactinemia, causando nas mulheres alteração menstrual e infertilidade. No homem, gera impotência sexual por prejudicar a produção de testosterona e também o aumento das mamas (ginecomastia). A causa mais comum de hiperprolactinemia (aumento do nível sérico da prolactina fora da gravidez) é uso de medicamentos, em especial os anticoncepcionais orais combinados e as drogas antipsicóticas do grupo dos antagonistas da dopamina. Mas também é possível observar uma elevação passageira nos níveis de prolactina após uma crise convulsiva. 

  Na figura abaixo, estão elencados os principais procedimentos emergenciais em caso de crises convulsivas





Fontes: 
http://drauziovarella.com.br/letras/c/convulsao-2/
http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/250945/convulsoes+o+que+sao+e+quais+os+primeiros+socorros+a+serem+prestados.htm
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5866/manejo_do_paciente_com_primeira_crise_convulsiva.htm
http://www.ehow.com.br/niveis-anormais-creatinofosfoquinase-sobre_5874/

8 comentários:

  1. Também denominada ATP-creatina-N-fosfotransferase, é uma importante enzima reguladora da produção e da utilização de fosfatos de alta energia nos tecidos contráteis. A CK total é encontrada em concentrações bastante altas na musculatura esquelética e cardíaca; quantidades apreciáveis também são encontradas no cérebro, e está presente ainda no intestino e nos pulmões. Como se trata de um dímero, compõe-se de duas cadeias diferentes, chamadas M (muscle) e B (brain), que podem se combinar de três formas, criando as chamadas isoenzimas da CK: CK-MM, CK-MB e CK-BB.
    http://www.sergiofranco.com.br/bioinforme/index.asp?cs=Bioquimica&ps=creatinoquinase

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  2. Falando sobre convulsões, podemos citar aqui a epilepsia. A epilepsia é uma doença neurológica crônica que afeta cerca de 2% da população mundial, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). ara definir epilepsia precisamos que o paciente tenha mais de 2 crises sem um desencadeante óbvio. Cerca de 5% da população terá, ao menos, uma crise na vida. Por isso, o médico afirma que é importante entender um pouco mais sobre a doença que ainda é rodeada de muitos mitos. Por exemplo, dizer durante uma crise devemos impedir que o paciente engula sua própria língua é mito. Já que as crises podem ser bem controladas com medicamentos é verdade. Convulsão e ataque epiléptico não são sinônimos e a epilepsia tem tratamento e tem cura.

    http://www.leandroteles.com.br/artigos/mitos-e-verdades-sobre-epilepsia/

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  3. Os sintomas característicos da convulsão devem ser atentados, para efeito de melhor diagnosticar o caso:
    Durante a crise: duração (marcar o tempo no relógio); se braços e pernas se contraem de um lado só ou dos dois lados; se olhos e boca ficam fechados ou abertos; se a cor da face se torna azulada. Se a pessoa responde aos chamados ou permanece inconsciente.
    Depois de as contrações musculares terem terminado: e a pessoa recupera a consciência ou permanece sonolenta; se fala e responde a perguntas; se lembra o que aconteceu; se a movimentação volta ao normal; se a dificuldade de movimentação se concentra de um lado só do corpo.
    É importante perceber que convulsões não acontecem exclusivamente em casos de epilepsia, sendo esta última uma doença específica que predispõe a ocorrência de crises convulsivas.
    Fonte: http://drauziovarella.com.br/letras/c/convulsao-2/

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  4. É importante lembrar que as convulsões possuem fases para melhor classificação e para que quem vá auxiliar no problema saiba o grau de emergência do caso. Essas fases são a fase tônica que manifesta-se pela contratura generalizada da musculatura (rigidez do corpo e dentes cerrados), fase clônica que tem como manifestação os abalos musculares, salivação excessiva, perda ou não do controle dos esfíncteres da bexiga (músculo que controla a saída da urina) e a fase pós-convulsão caracterizada por sonolência e confusão mental. Também é importante saber que não se deve jogar água no rosto da vítima ou dar algo para ela cheirar, por poder agravar o quadro encontrado.
    Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/primeiros-socorros/Paginas/convulsao.aspx

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  5. É preciso citar como ocorre o tratamento da convulsão, este é feito tratando a doença que tem como sintoma a convulsão, por exemplo, na epilepsia é preciso trata-lá, assim, as convulsões diminuem ou cessam. Cabe assim também citar o que pode causar essas convulsões: Hipoglicemia, Hipoxemia perinatal, Tumores, Meningite, entre outros. Em relação a convulsão febril trata-se A convulsão febril é um tipo de convulsão generalizada, que acontece com sintomas de perda da consciência da criança, abalos generalizados nos braços e pernas, virada dos olhos para cima e dificuldade de respiração, que costuma durar poucos minutos, sempre em crianças pequenas, de meses a alguns anos de vida, associadas a elevação rápida da temperatura corpórea, febre, devido a alguma infecção, como resposta do cérebro desta criança à condição e à velocidade de elevação da febre.
    Fonte: http://www.ineuro.com.br/para-os-pacientes/convulsao-febril-o-que/

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  6. A epilepsia pode ter um grau mais grave de acordo com a frequencia de crises e a duração delas. Quando há mais que 30 minutos de atividade convulsiva contínua ou duas ou mais crises epiléticas sequenciais sem total recuperação de total consciencia entres as crises, ocorre o chamado Estado de Mal Epilético. Esse estado representa um insulto cerebral grave determinado por uma série de etiologias, e acomete muitas crianças. As principais etiologias desse estado em crianças são: hipóxia/isquemia, hemorragia SNC, hipoglicemia, hipernatremia, hiponatremia, hipocalcemia, hiperbilirrubinemia, entre outras. A qualidade de vida de quem sofre com crises convulsivas é muito afetada, pois além de não se saber a que momento começará a crise muitos pacientes são discriminados por parte da população, principalmente nos casos de epilepsia, o que dificulta a aceitação por parte do paciente da doença e o seu tratamento.

    Fonte:
    www.jped.com.br/conteudo/99-75-s197/port.pdf

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  7. Depois de um ataque convulsivo, a maioria das vítimas cai em sono profundo, não se deve evitar que durmam. É possível que ao acordar continuem desorientadas por alguns momentos. Durante as convulsões não se deve tentar segurar a vítima, a fim de que ela não se mova, visto que ela não pode se controlar e não se dá conta do que está ocorrendo. Não se deve mover a pessoa acometida de convulsão, a não ser que esteja em perigo ou perto de algo perigoso. Não se deve ministrar nenhum remédio por via oral até a pessoa estar totalmente consciente e alerta. O tratamento ideal consiste em descobrir e corrigir a causa específica que dá origem à convulsão. A suspeita do médico e a realização, em alguns casos, de testes complementares (exame de sangue; punção lombar; eletroencefalograma, etc.) que permitam o correto diagnóstico e, consequentemente o tratamento adequado.

    Referências:
    http://www.infoescola.com/medicina/convulsao/

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  8. Um interessante exemplo de marcador temporal ainda não totalmente esclarecido para as crises convulsivas, principalmente em epilépticos, é aquele detectado por cães. Alguns estudos ja sugerem a capacidades de cães trinados ou não desenvolverem comportamentos específicos percebidos por seus donos antes de crises convulsivas. Não se sabe ainda a forma exata de interpretação de sinais pelo cão, apesar de comprovado o grande sucesso no pressentimento da crise.
    fonte: https://ubithesis.ubi.pt/bitstream/10400.6/858/1/C%C3%A3es%20de%20alerta%20e%20Doentes%20com%20epilepsia%20-%20Bruna%20Regado.pdf

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