terça-feira, 25 de novembro de 2014

Mais Sobre Marcadores Tumorais

  Como prometido na última postagem, no post de hoje continuaremos a falar sobre marcadores tumorais, já que eles são tão numerosos e variados. O marcador tumoral ideal, deve ter relação direta com o processo maligno, correlacionar-se com a massa tumoral, permitir a caracterização do tipo, localização e estagiamento do tumor e ainda permitir uma avaliação prognóstica. 
  Atualmente, o marcador tumoral mais utilizado é o antígeno prostático específico (PSA), que é usado para detectar a presença do câncer de próstata. Homens com câncer de próstata geralmente têm níveis elevados de PSA. Mas, em alguns casos o resultado com níveis altos de PSA pode ser visto em homens sem câncer, e um PSA normal em homens com câncer de próstata. O PSA não é um marcador tumoral perfeito. Tanto que, nem todos os médicos concordam que seja ideal para usá-lo em todos os homens. No momento, nenhum marcador tumoral é utilizado para a detecção de câncer na população em geral. Alguns dos marcadores utilizados no momento podem ajudar a diagnosticar a doença em fase inicial, mas eles só são realizados em pessoas que fazem parte do grupo de risco para certos tipos de câncer. A seguir, serão descritos outros marcadores tumorais.
   Quinase do Linfoma Anaplásico (ALK)Alguns cânceres de pulmão têm alterações no gene ALK que induz as células cancerígenas a produzirem uma proteína que provoca o crescimento fora de controle. Os tecidos tumorais podem ser estudados para alterações desse gene.
   Com relação aos marcadores tumorais, é possível ainda citar o caso de Angelina Jolie, que retirou as mamas por conta do marcador BRCA1 elevado, indicando possibilidades de um futuro câncer de mama.


    Na próxima postagem, esclareceremos como fazer uso das informações fornecidas pelos marcadores tumorais. 

Fontes:
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais-especificos/4015/683/
http://www.cerpe.com.br/clientes/artigo/marcadores-tumorais

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Marcadores Tumorais

  Na postagem de hoje, voltaremos a abordar o uso de marcadores temporais no diagnóstico de processos patológicos. Com esse objetivo, falaremos de vários compostos que podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico de tumores, como o alfa feto proteína (AFP), o CA 125 e a calcitonina. 
  Os marcadores tumorais podem ser identificados no sangue, em fluidos corporais e tecidos e na urina. Certos marcadores  associam-se a um tipo específico de câncer, outros podem ser encontrados em vários distintos. Porém, os marcadores tumorais por si só são, geralmente, insuficientes para indicar a presença de um câncer, pois, algumas doenças benignas também podem aumentar os níveis de determinados marcadores tumorais. Por outro lado, nem todas as pessoas com câncer poderão ter níveis aumentados de um marcador tumoral. Dessa forma, vê-se que não é possível fechar um diagnóstico de câncer apenas com base nesses marcadores, eles são apenas um indício a mais da patologia em questão. Para melhor efetuar o diagnóstico, deve-se levar em questão o histórico do paciente, exame físico, exames laboratoriais e de imagem. 
  Quando a pesquisa sobre esses marcadores foram iniciadas, esperava-se que, no futuro, todos os tipos de câncer poderiam ser detectados precocemente com um exame de sangue, que poderia diagnosticar cânceres em estágios iniciais, evitando a morte de milhões de pessoas. Infelizmente, porém, poucos marcadores tumorais podem detectar o câncer em estágio inicial. Isso, pois quase todas as pessoas tem uma pequena quantidade desses marcadores no sangue, por isso é muito difícil detectar cânceres usando esses exames. Além disso, mesmo quando os níveis destes marcadores são altos, isso nem sempre significa presença de câncer. Por exemplo, o nível do marcador tumoral CA 125 pode estar elevado em mulheres com outras condições ginecológicas além do câncer de ovário. Sendo assim, os marcadores tumorais são usados principalmente em pacientes que já foram diagnosticadas com câncer para acompanhar sua resposta ao tratamento ou diagnosticar uma recidiva após o termino do tratamento.
  A Alfafetoproteína (AFP) é produzida no saco vitelínico ou vesícula umbilical, e seu valor normal é considerado abaixo de 15 migrog/L. Uma elevação na concentração de AFP pode indicar tubo neural aberto ou defeito na parede abdominal do feto, gestação múltipla, morte fetal, hemorragias feto-natais. Além disso tudo, A AFP pode ajudar a diagnosticar e orientar o tratamento de câncer de fígado. Os níveis normais de AFP são geralmente menores a 10 ng/ml e encontram-se aumentados na maioria dos pacientes com câncer hepático. A AFP também pode estar elevada na hepatite aguda e crônica, mas raramente acima de 100 ng/mL nestas doenças. A AFP é útil, ainda, no acompanhamento da resposta ao tratamento desse tipo de câncer. Se o tumor for completamente removido cirurgicamente, o nível da AFP deve voltar a valores normais. Se o nível subir, pode significar uma recidiva da doença. A AFP, pode, também, estar aumentada em determinados tumores de células germinativas, como alguns tipos de câncer de testículo, certos tipos raros de câncer de ovário e os tumores de células germinativas que se originam na região torácica.
  O CA 125, já citado na postagem, é indicado na monitoração de pacientes com tumores ovarianos endometriais, endocervicais e de trompa de Falópio. Níveis séricos elevados são encontrados em doenças malígnas, como o câncer de mama e de pulmão e em algumas doenças benignas (pancreatite, peritonite e cirrose hepática). Os níveis sanguíneos normais são normalmente inferiores a 35 U/ml. Mais de 90% das mulheres com câncer de ovário avançado apresentam altos níveis de CA 125. Os níveis desse marcador também podem ser elevados em homens e mulheres com câncer de pulmão, pâncreas, mama, fígado e cólon, e em pessoas que já tiveram câncer.
   Por fim, a calcitonina é  um hormônio produzido pelas células parafoliculares C da glândula tireoide, que normalmente ajuda a regular os níveis de cálcio no sangue. Os valores de calcitonina normais devem estar abaixo 5 a 12 pg/mL. Esse hormônio é o principal marcador do câncer medular de tireóide (MTC). Nessa enfermidade, os níveis sanguíneos deste hormônio são frequentemente superiores a 100 pg/ml. Este é um dos marcadores tumorais raros, que pode ser usado ​​para ajudar a detectar o câncer precocemente. Como o MTC é muitas vezes herdado, a calcitonina no sangue pode ser medida para detectar o câncer em estágio inicial em membros da família que se sabe estar em risco.O aumento da concentração desse hormônio pode, ainda, indicar metástases ou recorrência, além de tumores malígnos do trato digestivo e pancreático.
   Os marcadores tumorais são numerosos e variados. Dessa forma, continuaremos a discutir sobre eles em postagens futuras!


Fontes:
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais/4011/1/
http://www.cerpe.com.br/clientes/artigo/marcadores-tumorais

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O parto e Seus Marcadores

   A vida é formada por uma rede que relaciona todos os seres, fazendo com que um seja dependente do outro para sobreviver. A própria natureza desenvolve mecanismos de auto-regulação. Cada fêmea, por exemplo, já nasce com um sistema reprodutor organizado e adaptado pata gestar e parir. Em um parto "saudável", é o próprio corpo quem se encarrega de produzir analgésicos, como as beta-endorfinas, que amenizam as dores do parto. É também o organismo que produz ocitocina, responsável por prevenir a hemorragia pós-parto. Ou seja, o corpo realiza ações coordenadas sem que exista necessidade de um mecanismo racional para ativar tal comando. Tendo isso em vista, é possível afirmar que, durante o parto, existem diversos hormônios que têm suas concentrações alteradas, funcionando como marcadores bioquímicos temporais.
  Para dar a luz, a mulher libera uma combinação de hormônios, formada por ocitocina, ACTH, catecolaminas, endorfina, prolactina e outros. Como esses hormônios têm sua concentração aumentada durante o trabalho de parto, são classificados como marcadores bioquímicos temporais. Na postagem de hoje, abordaremos em especial a ocitocina.
  A ocitocina é um hormônio secretado pelo hipotálamo e que se armazena na neuroipófise. Tradicionalmente, esse hormônio era associado a ações mecânicas, tais como a contração da musculatura lisa do útero para nascimento do bebê e expulsão da placenta, a contração das células especiais no seio para viabilizar o reflexo de ejeção do leite e alguns outros efeitos não relacionados diretamente com o bebê ou com o parto em si. Porém, recentemente foi possível atribuir efeitos comportamentais à ocitocina, mesmo que ela não atinja o cérebro quando administrada por via intravenosa. A ocitocina relaciona-se diretamente com a criação do vínculo entre mãe e bebê. 
  Muito se tem discutido sobre o uso de ocitocina sintética para induzir ou acelerar o trabalho de parto. Isso, pois ao ser ministrada ocitocina sintética a uma mulher durante o trabalho de parto, o número de receptores de ocitocina no útero é reduzido pelo corpo para prevenir uma estimulação em excesso. Dessa forma, mulher tem maiores riscos de hemorragia pós-parto, pois sua própria liberação de ocitocina, crítica nesse momento para contrair o útero e prevenir a hemorragia, será inútil devido ao baixo número de receptores. A ocitocina materna atravessa a placenta e entra no cérebro do bebê durante o trabalho, agindo para proteger as células cerebrais fetais “desligando-as”, e diminuindo o consumo de oxigênio em um momento em que os níveis de oxigênio disponíveis para o feto são naturalmente baixos. A ocitocina sintética, porém, não tem a capacidade de atravessar a parede placentária, e não atingirá o organismo do bebê. Outro efeito da ocitocina sintética é que as contrações produzidas por ela podem acontecer muito próximas umas das outras, impedindo que o bebê se recupere da pressão sofrida pelo útero. Em condições normais, o cérebro da mãe libera a ocitocina por meio de pulsações, e como os dois organismos – mãe e bebê - estão em comunicação durante o trabalho de parto por meio do fluxo sanguíneo comum, o cérebro conseguirá “ler” o nível de catecolaminas liberada na corrente sanguinea pelo bebê, regulando a intensidade e o ritmo das contrações de acordo com o nível de estresse vivido pelo bebê e pela mãe.

  Os níveis de todos os hormônios presentes no momento do parto são regulados de acordo com o andamento do trabalho e do estado físico em que se encontra a mãe e o bebê. A alteração de um só elemento desestrutura toda essa delicada rede, cujas conseqüências se estendem para o pós-parto, o aleitamento e a relação emocional entre mãe e filho. 
  Para que o trabalho e o parto aconteçam de forma ideal, algumas medidas simples podem ser tomadas, que permitem que o sistema límbico (parte primitiva do cérebro, comum a todos os mamíferos) faça o trabalho de produção dos hormônios necessários ao parto e ao imprinting no cérebro da mãe e do bebê. O neo-cortex humano - a parte mais racional e moderna do cérebro, que quando em ação impede o perfeito funcionamento dos comandos do sistema límbico, que comanda as funções fisiológicas previstas para o parto - é estimulado por luzes fortes, pela construção de um raciocínio por meio da linguagem, pelo frio (libera adrenalina), e pela sensação de estar em risco. Evitar todos esses fatores é a condição básica para que o parto seja facilitado, e que o corpo coloque em ação o modelo fisiológico previsto para um parto seguro e prazeroso.
Fontes: 
http://guiadobebe.uol.com.br/sistema-hormonal-do-parto/
http://pt.slideshare.net/Alaya7/hormnios-do-parto

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Convulsões e seus Marcadores

  Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da atividade elétrica em determinadas áreas cerebrais. Emoções intensas, exercícios vigorosos, determinados ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises. Outras condições – febre alta, falta de sono, menstruação e estresse – também podem facilitar a instalação de convulsões, mas não são consideradas gatilhos.
  A maioria das convulsões ocorre em epilépticos e neles são crises periódicas, crônicas e repetitivas. Há outras, eventuais, devido a fatores simples ou graves como febre, traumatismos, hipoxia cerebral, tumores, intoxicações, infecções ou infestações, medicamentos, alterações metabólicas, etc. As convulsões febris acontecem normalmente em 2 a 5% das crianças entre 3 meses e cinco anos de idade, à raiz de elevações bruscas e intensas da temperatura. Apesar de ser um quadro muito dramático essas convulsões em geral são benignas e tendem a desaparecer depois daquela idade.
  Alguns sintomas e fatos caracterizam esses episódios convulsivos, tais quais perda brusca ou muito rápida da consciência (algumas vezes essa perda é súbita; outras vezes ela é antecedida por breves sinais, chamados “auras”, que avisam sua aproximação. A recuperação da consciência se dá gradualmente, dentro de alguns minutos.); língua torna-se flácida e que pode cair para trás, impedindo a passagem do ar; completa amnésia do ocorrido, o paciente não se recorda da convulsão; atrito dos dentes, com possibilidade de quebra dos mesmos. Possibilidade de mordedura e até seccionamento da língua em virtude de potentes contrações dos maxilares; Dor de cabeça e sensação de fadiga ao despertar; emissão de um grito agudo no momento do desmaio, resultante da eliminação do ar retido nos pulmões; Eliminação involuntária de urina; Incapacidade de deglutir saliva, com acumulação da mesma na boca e eliminação dela sob a forma de “baba”. Se houver ferimento da língua, a saliva eliminada pode estar sanguinolenta, entre outros. 
  Ocorre, porém, que 20-30% dos pacientes em que se diagnostica uma crise convulsiva tem o diagnóstico errôneo.  O diagnóstico de uma convulsão pode ser feito, além de através da observação dos sintomas, a partir da medida de marcadores temporais da convulsão. Na postagem de hoje, os marcadores abordados serão a enzima CPK e da enzima prolactina. 
  A CPK ou creatinoquinase é encontrada em altas concentrações nos músculos cardíaco, esquéletico e no cérebro. Os valores de CPTK se elevam em presença de lesões musculares como infarto do miocárdio, doença muscular (miopatias, polimiosite), politraumatismo, exercício físico intenso, convulsões, hipotireoidismo. Os valores de referência são 10 a 170 nas mulheres e 10 a 195 nos homens. Para a medição dessa enzima, necessita-se um jejum de 4 horas. Pessoas com maior massa muscular ou que praticam exercícios físicos pesados por longos períodos possuem níveis maiores de CPK do que aquelas que não têm esse hábito. Afro-americanos podem ter níveis de CPK mais elevados do que as demais etnias. Dano muscular por uma lesão também pode causar um nível elevado de CPK, assim como vários remédios, incluindo as estatinas utilizadas para tratar colesterolemia. Uma gestação na fase inicial pode implicar um nível menor de CPK.
  Já a prolactina é um hormônio secretado pela adenoipófise e tem como principal função estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas. O aumento de produção da prolactina provoca a hiperprolactinemia, causando nas mulheres alteração menstrual e infertilidade. No homem, gera impotência sexual por prejudicar a produção de testosterona e também o aumento das mamas (ginecomastia). A causa mais comum de hiperprolactinemia (aumento do nível sérico da prolactina fora da gravidez) é uso de medicamentos, em especial os anticoncepcionais orais combinados e as drogas antipsicóticas do grupo dos antagonistas da dopamina. Mas também é possível observar uma elevação passageira nos níveis de prolactina após uma crise convulsiva. 

  Na figura abaixo, estão elencados os principais procedimentos emergenciais em caso de crises convulsivas





Fontes: 
http://drauziovarella.com.br/letras/c/convulsao-2/
http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/250945/convulsoes+o+que+sao+e+quais+os+primeiros+socorros+a+serem+prestados.htm
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5866/manejo_do_paciente_com_primeira_crise_convulsiva.htm
http://www.ehow.com.br/niveis-anormais-creatinofosfoquinase-sobre_5874/