sábado, 4 de outubro de 2014

Marcadores: Biológicos, Bioquímicos, Temporais.

    Mais um período se inicia, e com ele um novo blog! Nessa nova etapa do estudo da bioquímica, o blog abordará um assunto ainda pouco conhecido pela maioria dos estudantes: os marcadores bioquímicos temporais. Para isso, iniciarei as postagens com uma breve explicação sobre marcadores temporais, a partir dos conceitos de marcadores biológicos e de marcadores bioquímicos. Bem-vindos!  
    Os marcadores biológicos são fatores que podem ser medidos através de experimentos e que evidenciam a existência de certa função normal ou patológica em um organismo. Os marcadores biológicos podem, ainda, mostrar  uma resposta a um agente farmacológico. 
  Os biomarcadores são classificados em diversos tipos: fisiológicos (funcionamento de órgãos), físicos (alterações específicas em estruturas vivas), histológicos (amostras de tecido obtidas por biopsia) e anatômicos. Podem estar sobre os mais diversos “formatos”, podem  ser genes, moléculas, células específicas ou enzimas.
   Esses biomarcadores  podem ser utilizados  na medicina para o diagnóstico de uma enfermidade ou para identificar riscos de acontecimento de outra doença.  Podem,  ainda, serem usados para estratificar doentes e identificar a gravidade ou progressão de uma determinada doença, prever um prognóstico ou indicar a necessidade de iniciação um determinado tratamento,  para que seja menos provável que alguns efeitos secundários ocorram. Os marcadores biológicos podem ainda ser usados como ferramenta para auxiliar as entidades reguladoras sobre a aprovação ou reprovação de um medicamento. 
  Os marcadores biológicos mais importantes para a investigação médica, são, provavelmente, os marcadores bioquímicos, que podem ser obtidos com facilmente a partir de fluidos corporais, como a urina e o sangue.


  Os marcadores bioquímicos são substâncias existentes no interior das células e que são liberadas na circulação sanguínea quando acontece uma injúria celular,  a qual pode ser provisória ou permanente. A maior limitação no uso dos marcadores bioquímicos é a sua baixa especificidade. Esse fato dificulta um pouco o uso desses marcadores na prática clínica, mas eles ainda são instrumentos indispensáveis na busca por um diagnótico.  Um marcador  bioquímico ideal é aquele que possui ocorrência exclusiva em determinado tipo de célula.
  Os marcadores temporais, por sua vez, são um dos tipos de marcadores bioquímicos.  Esse tipo de marcador se diferencia do restante dos marcadores bioquímicos por indiciar alguma alteração no decorrer de algum processo específico. São muitos e variados. Ao longo desse blog, discutiremos alguns desses marcadores bioquímicos, além de buscar descobrir porque algumas substâncias que também indicam alterações em processos pontuais não podem ser consideradas marcadores temporais. Até a próxima postagem!

9 comentários:

  1. O uso de marcadores bioquímicos é a base para os exames laboratoriais que avaliam a condição de tecidos e órgãos. Um dos tipos de biomarcadores é o ALT (Alanina amino Transferase), uma enzima presente no figado que é exposta ao plasma quando o figado sofre alguma injuria, causando a lise de suas células. Associando-se a presença dessa enzima no plasma, com os níveis de bilirrubina e lactato desidrogenase (LDH), por exemplo, pode-se indicar o acometimento do figado por alguma doença, como a cirrose. Aguardando as próximas postagens para entender melhor sobre os marcadores temporais.

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  2. Esses marcadores realmente são muito importantes para a nossa prática médica. Nós, como futuros médicos, devemos aprender a identificar os principais problemas relacionados a liberação de determinadas substancias em nossos organismos, principalmente os temporais que, como explanado na postagem, nos dão uma informação sobre o estado funcional de determinada parte do organismo. Por isso, quanto mais específico for o marcador, melhor será o diagnóstico, pois isso significa que esse marcador relaciona-se intimamente com determinada célula, órgão ou tecido. Um exemplo desses marcadores é o PSA usado no diagnóstico do câncer de próstata juntamente com o exame do toque retal, pois a simples presença do PSA no sangue em níveis mais altos não indica com certeza a presença de câncer, o que evidencia o problema da especificidade desses marcadores.

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  3. Os marcadores bioquímicos são importantes para indicar a ocorrência de processos naturais do metabolismo. E sua ausência, portanto, pode ser associada a condições patológicas em alguns casos. Por exemplo, no processo de produção/reabsorção da matriz óssea, mediado por osteoblastos e osteoclastos, respectivamente, são liberados marcadores bioquímicos específicos que marcam a ocorrência natural do processo. Especificamente no caso da reabsorção da matriz óssea são liberados importantes marcadores: N-Telopeptídeo de ligação inter-fibras colágenas (NTx), Desoxipiridinolina (DPYD), Piridinolina (PYD) e Hidroxiprolina.

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  4. Os marcadores biológicos são fundamentais no diagnóstico de diversas patologias. Eles podem ser de dois tipos: 1. Marcadores Intermediários: medem alterações antes da presença da malignidade. 2. Marcadores Diagnósticos: estão presentes junto com a malignidade. Mas é preciso deixa claro que os marcadores biológicos não estão presentes apenas em células patogênicas, eles são componentes de células normais. Eles são muito importantes, até mesmo no diagnóstico de certos cânceres, por exemplo, em 1848, Bence Jones descreveu a proteína do mieloma múltiplo, e tornou essa proteína um marcador tumoral, que é bastante importante no diagnóstico de pacientes e ajuda na agilidade do diagnóstico. Tudo isso é importante, porque uma doença, como câncer, que avança rapidamente, um diagnóstico rápido é bastante positivo e importante.

    Referência: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862001000600006

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  5. Vale ressaltar a importância dos biomarcadores para a clínica. Eles podem ajudar a diagnosticar com antecedência vários tipos de doença. Por exemplo enfermidades cardiovasculares, que constituem uma das principais causas de morte no mundo. Dessas enfermidades, uma das mais ocorrentes é o Infarto Agudo do Miocárdio. A importância do diagnóstico correto dessa patologia logo após o início dos sintomas faz-se de suma importância para determinar um tratamento adequado e minimizar os danos celulares causados ao miocárdio. Para isso, são usados biomarcadores cardíacos. São eles: creatina-quinase (CK) e sua fração MB (CK-MB), mioglobina e troponinas.

    Referência: http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao/article/viewFile/660/631

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  6. A seleção de indicadores em ensaios clínicos oncológicos reveste-se de especial importância (por exemplo mortalidade global, qualidade de vida). Indicadores pouco precisos ou subjetivos podem induzir interpretações enviesadas ou inconsistentes da parte dos investigadores, o que pode pôr em causa os resultados dos estudos. Por outro lado, indicadores clínicos precisos mas pouco apropriados para a patologia sob estudo podem fornecer comparações que de facto são incorretas.

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  7. Interessante mostrar a relação dos marcadores biológicos com o alcoolismo. Os marcadores biológicos do alcoolismo são parâmetros laboratoriais que visam complementar o diagnóstico mais objetivamente. O marcador ideal seria aquele não-invasivo, barato, de fácil realização em qualquer laboratório, altamente sensível e específico, não influenciado por estado nutricional ou por hepatopatia coexistente. Deveria persistir alterado por alguns dias após a abstinência, ter vida média previsível, alterando-se a cada retomada de ingestão alcoólica, correlacionar-se com intensidade, duração de consumo alcoólico e não sofrer alteração por outras drogas. Dentre eles estão: GAMA-glutamil-transpeptidase (GGT), Volume corpuscular médio eritrocitário (VCM), Alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), aspartato aminotransferase mitocondrial (ASTm) e Transferrina deficiente em carboidratos(TDC).

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  8. Cada vez mais os marcadores biológicos se tornam inmportantes no diagnóstico de doenças de forma geral, daa mais básicas às mais complexas. Um bom exemplo disso é o uso que tecnicas usando esses marcadores tem adquirido na identificação de doenças como câncer (através destes pode-se identificar mais precocemente a presença de um tumor em determinado orgão), sendo efetivo principalmente no cancer de pulmão, servindo para evitar exames invasivos.

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