Como prometido na última postagem, no post de hoje continuaremos a falar sobre marcadores tumorais, já que eles são tão numerosos e variados. O marcador tumoral ideal, deve ter relação direta com o processo maligno, correlacionar-se com a massa tumoral, permitir a caracterização do tipo, localização e estagiamento do tumor e ainda permitir uma avaliação prognóstica.
Atualmente, o marcador tumoral mais utilizado é o antígeno prostático específico (PSA), que é usado para detectar a presença do câncer de próstata. Homens com câncer de próstata geralmente têm níveis elevados de PSA. Mas, em alguns casos o resultado com níveis altos de PSA pode ser visto em homens sem câncer, e um PSA normal em homens com câncer de próstata. O PSA não é um marcador tumoral perfeito. Tanto que, nem todos os médicos concordam que seja ideal para usá-lo em todos os homens. No momento, nenhum marcador tumoral é utilizado para a detecção de câncer na população em geral. Alguns dos marcadores utilizados no momento podem ajudar a diagnosticar a doença em fase inicial, mas eles só são realizados em pessoas que fazem parte do grupo de risco para certos tipos de câncer. A seguir, serão descritos outros marcadores tumorais.
Quinase do Linfoma Anaplásico (ALK): Alguns cânceres de pulmão têm alterações no gene ALK que induz as células cancerígenas a produzirem uma proteína que provoca o crescimento fora de controle. Os tecidos tumorais podem ser estudados para alterações desse gene.
SCC (Carcinoma de Células Escamosas): Presente nos carcinomas de células escamosas do colo uterino, com uma sensibilidade de 83% e especificidade de 95%, pode ser encontrado também no pulmão (sensibilidade de 25-75%) e na boca, mandíbula e rosto (35%).
Antígeno Tumoral da Bexiga (BTA): O BTA é encontrado na urina de muitos pacientes com câncer de bexiga. Pode aparecer como a manifestação de algumas condições não cancerígenas, como cálculos renais ou infecções do trato urinário. Às vezes é usado junto com NMP22 para determinar a recidiva do câncer de bexiga. Este exame não é realizado com frequência. Não é tão eficaz quanto a cistoscopia para detectar o câncer de bexiga, mas pode ser útil por permitir que a cistoscopia seja realizada com menos frequência durante o acompanhamento do câncer de bexiga. No momento, a maioria dos especialistas ainda considera a cistoscopia a melhor maneira de diagnosticar e acompanhar a doença.
Tireoglobulina: Presente no câncer de tireóide diferenciado. Sua dosagem é indicada principalmente para monitoração da tireoidectomia - altas concentrações de tireoglobulina indicam resseção incompleta. Deve ser utilizado associado a uma dosagem de anticorpos antitireoglobulina.
Antígeno Carcinoembrionário (CEA): O CEA não é usado para diagnosticar ou detectar o câncer de intestino, mas é o marcador de tumor preferido para ajudar a prever o prognóstico em pacientes com câncer colorretal. Os valores normais variam de laboratório para laboratório, e os fumantes costumam ter níveis mais altos. Mas, mesmo em tabagistas, valores maiores do que 5,5 ng/ml não são normais. Quanto maior o valor de CEA no momento do diagnóstico significa probabilidade de doença avançada. O CEA é também o marcador padrão utilizado para o acompanhamento de pacientes com câncer colorretal, durante e após o tratamento. Desta forma, os níveis de CEA são utilizados para monitorar a resposta terapêutica e detecção precoce de uma recidiva após o tratamento. O CEA pode ser usado para câncer de pulmão e de mama. Este marcador pode também estar alterado em outros tipos de câncer, como melanoma, linfoma, tireoide, pâncreas, fígado, estômago, rim, próstata, ovário, colo do útero e bexiga. É importante mencionar que pode estar elevado em algumas doenças benignas, como hepatite, doença pulmonar obstrutiva crônica, colite, artrite reumatoide e pancreatite.
Com relação aos marcadores tumorais, é possível ainda citar o caso de Angelina Jolie, que retirou as mamas por conta do marcador BRCA1 elevado, indicando possibilidades de um futuro câncer de mama.
Na próxima postagem, esclareceremos como fazer uso das informações fornecidas pelos marcadores tumorais.
Fontes:
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/marcadores-tumorais-especificos/4015/683/
http://www.cerpe.com.br/clientes/artigo/marcadores-tumorais